Prefeito de SJC é acusado de violência doméstica com base na Lei Maria da Penha

Depois de quase 30 anos juntos e com três filhos, a ex-esposa do prefeito Anderson Farias, de SJC, precisou apelar para a justiça por uma medida protetiva contra seu ex-marido. Sheila Thomaz relatou tentativas de agressões, humilhações e ameaças, afirmando que o casal passa por conflitos desde abril, quando ela retornou ao Brasil, depois de passar uma temporada no exterior cuidando do filho que passava por tratamento de saúde.

Em um dos episódios, ocorrido em via pública, segundo ela, Anderson teria tentado agredi-la, sendo contido por um segurança. Em outro, dentro de casa e na presença dos filhos, o prefeito teria dado um murro na mesa e ameaçado agredir a família.

Hoje (15), a Justiça da Vara da Violência Doméstica de São José dos Campos através do Juiz de Direito Ayrton Vidolin Júnior determinou o afastamento do prefeito Anderson Farias de sua residência , bem como da sua ex-esposa, Sheila Thomaz, com base na Lei Maria da Penha.

O prefeito tem que manter uma distância mínima de 200 metros e evitar qualquer tipo de contato — por telefone, mensagens ou e-mail. O mandado também autoriza o retorno de Sheila ao lar conjugal após a saída do prefeito da residência.

O caso acontece em meio a outros boletins de ocorrência registrados recentemente. Em 27 de agosto, uma servidora municipal da prefeitura afirmou ter tido um relacionamento com o prefeito e denunciou perseguição e injúria por parte de Sheila. Já em 7 de outubro, Sheila registrou um boletim contra a mãe do prefeito, por injúria e ameaça, após supostas ofensas em frente à residência da família.

Os casos estão sob apuração da Polícia Civil e do Ministério Público. Hoje, o prefeito emitiu uma nota via Prefeitura anunciando o divórcio do casal, em comum acordo, segundo a assessoria.

PREFEITURA MANTÉM PATRULHA PARA GARANTIR LEI MARIA DA PENHA

Criada pela Prefeitura, a Patrulha Maria da Penha é um serviço da Guarda Civil Municipal (GCM) que acompanha mulheres com medidas protetivas, garantindo mais segurança e a prevenção contra novas agressões.

As equipes realizam visitas regulares para fiscalizar o cumprimento das medidas judiciais, além de patrulhamento preventivo nos locais frequentados pelas vítimas. Para resguardar a identidade das atendidas, as viaturas não são identificadas e contam com guardas femininas, proporcionando um ambiente mais acolhedor.

Desde sua criação, em junho de 2019, a Patrulha Maria da Penha já atendeu 1.244 mulheres vítimas de violência doméstica. Além disso, 96 agressores foram presos por descumprirem medidas protetivas.