Debate na Câmara reforça defesa das famílias atípicas e do atendimento no GAIA
As mães de crianças autistas ocuparam as galerias da Câmara Municipal de São José dos Campos com cartazes pedindo a continuidade do tratamento de seus filhos no GAIA; vereador Senna (PL) se mobilizou em defesa da ampliação do convênio da prefeitura com o Gaia
A Câmara Municipal de São José dos Campos foi palco de um debate marcado pela emoção e pela cobrança de soluções para as famílias atípicas da cidade. Nas galerias, mães exibiram cartazes exigindo que seus filhos autistas continuem recebendo atendimento especializado no GAIA (Grupo de Apoio ao Indivíduo Autista), após o anúncio da entidade de que cerca de 50 crianças com idade acima de 7 anos serão desligados do Gaia e passarão a ser atendidos pela à rede pública aa partir do dia 10 de novembro..
O vereador Senna (PL), que é integrante da Frente Parlamentar da Pessoa com Autismo, usou a tribuna para reforçar a necessidade de que a prefeitura mantenha o convênio com o GAIA e amplie o atendimento para crianças de 7 a 12 anos.
“Jamais vou tratar mães e pais atípicos como massa de manobra. Esse tipo de prática é sujo e desonesto. Nosso papel é unir forças para resolver problemas antigos e dar dignidade às famílias”, rebateu Senna, ao demonstrar seu descontentamento com a forma como a situação vem sendo conduzida.
A Frente Parlamentar do Autismo
Senna destacou que a Frente Parlamentar da Pessoa com Autismo reúne 17 vereadores na atual legislatura. Para ele, a união dos parlamentares é fundamental para defender as famílias e garantir continuidade no atendimento.
“Não existe separatismo quando falamos de autismo. Nossa responsabilidade é coletiva, e precisamos agir em conjunto” , afirmou.
Cobrança por um centro especializado
Durante o discurso, Senna reforçou a necessidade da criação de um centro municipal de referência, a Casa do Autista, projeto que ele defende desde o início do mandato, e que tem a promessa de envio de recursos da ordem de R$ 1 milhão de reais pela deputada estadual Leticia Aguiar. Segundo estimativas citadas pelo parlamentar, São José dos Campos teria cerca de 22 mil pessoas com algum nível de TEA, mas apenas uma pequena parcela consegue acesso a terapias multidisciplinares adequadas.
“A cidade precisa de um espaço especializado, que concentre serviços e ofereça atendimento digno às crianças e suas famílias. Distribuir os pacientes em entidades sem a mesma infraestrutura do GAIA é falta de sensibilidade”, pontuou.
Resposta à Prefeitura
Apesar de negar oficialmente o desligamento, a prefeitura não confirmou se pretende estender o atendimento para crianças acima de 7 anos. Senna contestou a posição do Executivo, lembrando que o contrato com o GAIA é público e que a data final já foi comunicada às famílias em reunião.
“Não adianta negar desligamentos se a própria ata do encontro no GAIA já apontou a data de 10 de novembro como limite. O que precisamos é de soluções concretas e não de narrativas”, frisou.
Próximos passos
O vereador informou que continuará apresentando requerimentos, indicações e emendas no orçamento para que a prefeitura amplie o convênio com o GAIA, garantindo tratamento para mais 150 crianças de 7 a 12 anos. Além disso, reforçou a necessidade de uma política pública mais ampla para atender a demanda crescente no município.
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