Brasil tem recorde de inadimplência com 78 milhões de negativados
Quase metade da população adulta está negativada com juros altos, orçamento apertado e apostas online impulsionando dívidas
O Brasil registrou em julho o maior número de inadimplentes desde 2016: 78,2 milhões de pessoas estão com o nome negativado, segundo a Serasa Experian. As dívidas em atraso somam R$ 482 bilhões e afetam quase metade da população adulta, com destaque para Amapá, Distrito Federal e Rio de Janeiro.
Especialistas apontam que os juros elevados, a dificuldade de fechar o mês com o salário e o aumento das apostas esportivas online têm alimentado um ciclo vicioso de dívidas. Dados da ANBC mostram que 83% dos negativados já haviam enfrentado a mesma situação no último ano, revelando reincidência e desequilíbrio financeiro estrutural.
Além das contas que não fecham, o impacto é sentido no bem-estar: mais da metade dos trabalhadores gastam o salário em até 36 horas após recebê-lo, enquanto 54% não conseguem chegar ao fim do mês com saldo positivo. Os reflexos são estresse, irritabilidade, insônia e maior dependência de crédito de curto prazo.
Com o bolso pressionado, os consumidores estão mais cautelosos, priorizando custo-benefício nas compras e reduzindo a fidelidade às marcas. Ao mesmo tempo, a inadimplência das famílias chegou ao maior nível desde 2013, o que leva bancos a restringirem crédito e torna ainda mais difícil a recuperação financeira.
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