Câncer deve se tornar principal causa de mortes crônicas até 2050, alerta estudo
Projeção da revista The Lancet alerta para 18,6 milhões de óbitos anuais em 25 anos, com impacto maior em países em desenvolvimento
Um estudo publicado na revista científica The Lancet projeta que as mortes por câncer no mundo cheguem a 18,6 milhões por ano em 2050, um aumento de 75% em relação a 2024. O número de novos casos também deve alcançar 30,5 milhões anuais no período.
O avanço está ligado ao envelhecimento da população, mas também à falta de políticas de prevenção e tratamento, sobretudo em países de baixa e média renda. Enquanto nações ricas reduziram em até 30% as taxas de mortalidade com rastreamento e terapias modernas, países pobres registram alta de diagnósticos tardios e pouco acesso a tratamento.
Segundo a pesquisadora Deborah Malta, uma das autoras da pesquisa, da Universidade Federal de Minas Gerais, o Brasil está em posição mais favorável por contar com o SUS, que oferece vacinação, rastreamento e terapias. Ainda assim, tabagismo, alimentação não saudável, álcool, obesidade e poluição seguem como principais fatores de risco.
O estudo calcula que 42% das mortes por câncer em 2023 poderiam ter sido evitadas com mudanças de hábitos. Especialistas defendem medidas como aumento de impostos sobre cigarros e bebidas, rotulagem frontal em alimentos e incentivo à atividade física.
Apesar dos avanços, os pesquisadores avaliam que será difícil cumprir a meta da ONU de reduzir em um terço das mortes prematuras por doenças crônicas até 2030.
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