Vacina contra dengue protege adolescentes e reduz risco de casos graves, aponta estudo

Um estudo publicado na revista The Lancet Infectious Diseases, reforçou que a vacina TAK-003 (Qdenga) protege adolescentes contra a dengue. A pesquisa foi feita no Brasil por cientistas da Fiocruz Mato Grosso do Sul e da UFMS, durante a grave epidemia de 2024, que matou mais de 6 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde.

Os pesquisadores analisaram mais de 92 mil testes de adolescentes, principalmente em São Paulo. Eles descobriram que uma dose da vacina protege 50% contra casos de dengue com sintomas e 67,5% contra hospitalizações. A proteção já começa a partir do oitavo dia. Com a segunda dose, a eficácia sobe para 61,7%, mostrando que completar o método é importante.

“O estudo mostra que a TAK-003 funciona e pode salvar vidas, além de aliviar a pressão nos hospitais durante epidemias”, afirma Júlio Croda, coordenador da pesquisa para a revista. Esta é a primeira confirmação prática, fora dos ensaios clínicos, de que a vacina realmente protege.

Cooperação e eficácia

O estudo usou o método teste-negativo, cruzando dados de casos de dengue com registros de vacinação, e contou com apoio do CNPq e de universidades internacionais como Yale, Johns Hopkins e Emory. A vacina se mostrou eficaz principalmente contra os sorotipos 1 e 2 da dengue, que dominaram a epidemia de 2024.

Com a dengue se espalhando mais rápido, impulsionada por mudanças climáticas, os resultados podem ajudar a definir políticas de vacinação e orientações da OMS, especialmente em surtos

No Brasil, a vacina já é aprovada pela Anvisa e pode ser aplicada para pessoas de 4 a 60 anos. No SUS, a vacina estava disponível apenas para adolescentes de 10 a 14 anos. Agora, a faixa etária foi ampliada para 10 a 16 anos, e todas as UBSs de SJC têm o imunizante em estoque.