SUS vai trocar papanicolau por exame de DNA-HPV
Novo teste identifica o vírus com mais precisão e ajuda no diagnóstico precoce do câncer de colo do útero
O Ministério da Saúde começou, na última sexta-feira (15), a distribuir o exame de DNA-HPV, que aos poucos vai substituir o papanicolau no Sistema Único de Saúde (SUS). A mudança é um passo importante na prevenção do câncer de colo do útero, um dos mais comuns entre as mulheres no Brasil.
O novo exame consegue identificar 14 tipos do HPV com maior risco de causar câncer e detectar o vírus até dez anos antes das mudanças que apareceriam no papanicolau. Com isso, o DNA-HPV passa a ser o exame principal, enquanto o papanicolau será usado apenas para confirmar resultados positivos.
A implantação será feita de forma gradual. Cada estado terá um município inicial de referência, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Bahia, Pará, Rondônia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Pernambuco e o Distrito Federal. A meta é que, até dezembro de 2026, o exame esteja disponível em todo o país, atendendo cerca de 7 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos por ano.
Outra novidade é o intervalo maior entre os exames: quando o resultado for negativo, a mulher só precisará repetir a coleta a cada cinco anos, em vez de realizar o teste com mais frequência, como no caso do papanicolau.
Como funciona o exame de DNA-HPV
A coleta é simples e parecida com a do papanicolau. O profissional de saúde retira uma amostra de secreção do colo do útero. A diferença está na análise: em vez de ir para uma lâmina de vidro, o material é colocado em um tubo especial e enviado ao laboratório.
No laboratório, é feita uma análise do DNA do vírus HPV. Isso permite identificar se a mulher tem algum tipo do vírus que pode causar câncer, mesmo antes de surgirem lesões. Dessa forma, é possível iniciar o acompanhamento médico cedo e reduzir o risco de complicações.
O câncer de colo do útero provoca cerca de 17 mil novos casos por ano no Brasil e causa 20 mortes por dia, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.O Ministério da Saúde reforça que o exame não substitui a importância da vacina contra o HPV, disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos a partir dos 9 anos. A imunização é uma das formas mais seguras de prevenção.
Deixe um comentário