Traficante ligada ao PCC e ao Comando Vermelho é presa em Taubaté durante operação interestadual
Ana Lúcia Ferreira, de 41 anos, foi capturada na zona leste da cidade por agentes da Polícia Civil do RJ. Ela é suspeita de articular o abastecimento de armas e drogas para facções criminosas.
Uma mulher apontada como peça-chave no esquema de abastecimento de drogas e armas das duas maiores facções criminosas do país foi presa em Taubaté nesta quarta-feira (2). Ana Lúcia Ferreira, de 41 anos, foi localizada no bairro Estiva por agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro, durante uma operação contra o tráfico interestadual.
A mulher foi capturada na Avenida Vila Velha. Segundo o boletim de ocorrência, ela teve o carro e o celular apreendidos. Ana é investigada por atuar como articuladora entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), sendo responsável por negociar e intermediar a logística de envio de armamentos e entorpecentes entre estados.
De acordo com a Polícia Civil, Ana vivia entre São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, aproveitando-se de sua rede de contatos na fronteira com o Paraguai, especialmente na região de Ponta Porã, para facilitar o tráfico de fronteira. Os investigadores apontam ainda que a suspeita mantém um padrão de vida incompatível com a renda declarada, com posse de imóveis, veículos e joias.
Ana Lúcia é ex-mulher de Elton Leonel da Silva, conhecido como “Galã”, um dos chefes do PCC e por anos apontado como principal fornecedor de armas e drogas na América Latina. Ela também teve um filho com outro integrante da facção.
Outros alvos da operação
Além de Ana, a operação da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD) prendeu Gustavo Miranda de Jesus, na Pavuna, zona norte do Rio de Janeiro. Ele era o braço direito de Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, morto em junho com um tiro na cabeça. Professor era considerado o maior fornecedor de drogas do Comando Vermelho.
As investigações apontam que Gustavo movimentou mais de R$ 250 milhões para a facção, lavando dinheiro por meio de empresas de fachada, eventos e até familiares, como pais e irmã, que já foram presos em outra operação por cederem contas bancárias.
Conexão entre facções rivais
Segundo o delegado Vinícius Miranda, responsável pelo caso, Ana Lúcia tinha ligação direta com “Professor” e atuava como articuladora para ambos os grupos criminosos. “Ela traz para o Rio o conhecimento da fronteira e se torna uma ponte entre CV e PCC. É uma das poucas que transitam entre as duas facções com influência e articulação”, afirmou ao G1 Vanguarda.
A operação mira um consórcio entre os grupos criminosos que teria como objetivo abastecer o Complexo do Alemão, no Rio, com armamento pesado e grandes remessas de entorpecentes.
O caso segue sob investigação.
Reprodução: TV Globo.
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