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Pomadas para trançar e modelar cabelo: Anvisa proíbe a venda de todas as marcas; razões incluem risco de cegueira temporária

Via G1/ Roberto Peixoto A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (10) a venda no país de todas as pomadas para trançar,…

Por Portal Aqui Vale

Via G1/ Roberto Peixoto

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu nesta sexta-feira (10) a venda no país de todas as pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos.

A medida abrange todas as pomadas que estiverem no comércio brasileiro, independentemente de sua origem. Ou seja, vale tanto para as fabricadas no Brasil quanto para as importadas.

Segundo a Anvisa, a decisão é preventiva e temporária e foi adotada em razão do aumento do número de casos de “efeitos indesejáveis graves associados ao uso desse tipo de produto” e ainda em investigação.

Contexto: Pessoas que usaram produtos do tipo têm procurado atendimentos de emergência com graves irritações nos olhos.

Segundo a agência, no momento, são realizados testes, provas e análises para apurar o caso. Enquanto a medida estiver em vigor, nenhum lote pode ser comercializado e não deve ser usado por consumidores e profissionais de beleza. Veja abaixo a decisão da Anvisa:

Alerta: Entre os eventos relatados pelos usuários estão:

  • Cegueira temporária (perda temporária da visão);
  • Forte ardência nos olhos;
  • Lacrimejamento intenso;
  • Coceira;
  • Vermelhidão;
  • Inchaço ocular;
  • Dor de cabeça.

Segundo as informações passadas para a Anvisa, os eventos ocorreram, principalmente, com pessoas que tomaram banhos de mar, piscina, ou mesmo de chuva após terem feito uso dos produtos.

Antes de proibir a venda de todas as marcas, a Anvisa já tinha vetado a comercialização dos produtos de mais de 20 fabricantes, como mostrou o Bem Estar. No entanto, com o aumento dos casos de intoxicação, a agência resolveu, por precaução, estender a medida a todos os lotes de pomadas para trançar, modelar ou fixar cabelos.

Tanto a Anvisa como os órgãos de vigilância sanitária estaduais e municipais ainda investigam as causas da correlação desses produtos com os casos de intoxicação ocular.

Na semana que vem, haverá uma reunião técnica com os fabricantes para discutir a regularização dos produtos.

‘Dias sem enxergar’
Somente em Pernambuco, mais de 250 pessoas foram atendidas em PE por causa do uso dos produtos.

Em março do ano passado, o g1 noticiou o caso da manicure Josiane Reis de Souza, que ficou dias sem enxergar após ter usado uma pomada modeladora para trançar os cabelos no Rio de Janeiro.

“Quando saí da piscina e começou a escorrer, a minha visão foi ficando toda esbranquiçada, tudo nublado, parecia que eu estava dentro de uma nuvem de fumaça. Durante a madrugada, já não conseguia mais enxergar. Tive que ir ao hospital porque meus olhos queimavam muito. Chegando no Hospital do Olho, o médico averiguou que a minha córnea havia sido queimada.”

Josiane Reis de Souza, ficou dias sem enxergar após ter usado uma pomada modeladora

A dona de casa Mayara Santana também passou por situação parecida. Ela disse que comprou uma pomada capilar em uma loja de cosméticos e usou o produto por conta própria.

“Usei a pomada para fazer tranças no cabelo. Por volta das 17h, começou a chover e eu senti um incômodo intenso, uma ardência muito grande nos olhos”, contou.

Entenda o que as pomadas podem causar nos olhos

Médicos especialistas afirmam que o contato de produtos químicos com a córnea pode levar a queimaduras e até cegueira definitiva.

Segundo o oftalmologista Keller Azevedo, alguns tipos de produto podem causar a ceratite química, uma espécie de queimadura que danifica a superfície da córnea.

“Se for superficial, é um embaçamento temporário. Se for profundo, pode ser definitivo”, afirmou.

Orientações sobre o que fazer

  • Como esses produtos podem permanecer no cabelo por horas ou dias, é importante proteger os olhos quando o cabelo entrar em contato com a água após a aplicação;
  • Caso a pessoa tenha algum efeito adverso com o produto cosmético, ela deve notificar a Anvisa. O relato pode ser enviado através de dois links: Cidadão e profissionais de salão de beleza e Profissional de saúde;
  • Consumidores;
  • Não use ou adquira esses produtos;
  • Se fez uso recente, lave os cabelos com cuidado, sempre lembrando de inclinar a cabeça para trás, para que o produto não entre em contato com os olhos;
  • Em caso de contato acidental com os olhos, lave imediatamente com água em abundância;
  • Em caso de qualquer efeito indesejado procure imediatamente o serviço de saúde mais próximo de você.

Profissionais, salões e comércio

Já no caso profissionais que atuam em salões e comércio em geral, as orientações são:

  • Não utilizem esses produtos em nenhum cliente;
  • manuseio do produto também pode trazer risco aos aplicadores;
  • Não comercialize esses produtos enquanto a medida estiver em vigor;
  • Não existe determinação de recolhimento no momento, mas o produto deve ficar separado e não deve ser exposto ao consumo ou uso.
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