Com a derrota de Cury e Ortiz Junior, uma nova era começa na política do Vale

Algumas eleições atrás, São José dos Campos e Taubaté – as cidades mais importantes do Vale do Paraíba – jamais imaginariam que grandes nomes da política municipal, Eduardo Cury (PL) e Ortiz Júnior (Republicanos) estariam fora do jogo, simultaneamente, de forma tão intensa.

Cury e Ortiz carregam em suas biografias diversos pontos em comum: foram prefeitos duas vezes, possuem sobrenomes tradicionais, foram campeões de votos e, agora, amargam a derrota nas urnas que poderiam lhes dar o terceiro mandato em suas respectivas cidades.

Com votações parecidas neste segundo turno das eleições de 2024, Cury obteve 41,74% dos votos joseenses e Ortiz Júnior 38,02% dos votos taubateanos e uma coisa é certa: a população ter tirado ambos do cenário eleitoral municipal inaugura uma nova era na política do Vale do Paraíba.

Neste novo tempo na política valeparaibana crescem outros caciques políticos, talvez mais comuns e com imagens menos “natas da sociedades local”, como é o caso de Anderson Farias (PSD) e Sérgio Victor (NOVO), eleitos em São José e Taubaté.

O sobrenome tradicional dos candidatos perdeu espaço para oponentes mais familiarizados às redes e atentos aos tempos atuais. O legado de antecessores foi sobreposto por campanhas mais populares e mais presas no presente do que no passado.

Talvez o eleitor seja grato a Cury e a Ortiz pelo passado, mas queira mesmo renovação ou atualização. Aliás, em São José dos Campos quem venceu não foi Anderson, mas abstenções, brancos e nulos que somam 196.281 eleitores, enquanto o prefeito reeleito obteve 193.841 votos. Isto indica que a população quer mesmo é sangue novo para governar a cidade mais importante da região.

Resta saber como será essa nova fase da política regional – se repetindo os passos de Cury e Ortiz Júnior ou se 2024 se trata de uma eleição fora da curva com nomes pouco tradicionais sendo chancelados pela aprovação do eleitor.