Empresa de São José dos Campos se prepara para abastecer o mercado de drones voltados para a produção agrícola
O Agrobee 200, que é o maior veículo aéreo do gênero do país, já tem atraído a atenção de clientes nacionais e internacionais.
Depois do lançamento nacional no primeiro semestre deste ano durante a Agrishow, a maior feira de tecnologia agrícola do mundo, a empresa Tupan Aircraft, sediada em São José dos Campos, se prepara para comercializar em 2025 o Agrobee 200 projetado com tecnologia de ponta e com capacidade de decolar e pousar verticalmente, além de lançar mais dois modelos de drones para pulverização e transporte de cargas e ferramentas.
O equipamento, que hoje é o maior do gênero no país, gerou o interesse de 50 clientes nos três dias do evento sediado em Ribeirão Preto, além de atrair a atenção de países como Austrália, Estados Unidos e Argentina.
O já conhecido drone Tupan, destinado ao transporte de carga, que também leva a assinatura da Tupan Aircraft, despertou até mesmo o interesse da família real da Arábia Saudita, após ser uma das cinco melhores inovações entre 13 mil expositores da feira MEBAA 2022 realizada em Dubai.
O novo aparelho, desenvolvido em tempo recorde de 4 meses por uma equipe de engenheiros, pode voar até 1 hora e 20 minutos, possui oito motores, leva até 200 kg de defensivos agrícolas, tem gerador próprio e serve para pulverização e transporte de cargas e ferramentas.
Vários indicadores apontam que o mercado de drones voltados para o agronegócio está em crescente expansão. Até 2030, a projeção para o mercado global de drones agrícolas é chegar à marca de US$5 bilhões (algo em torno de 25 bilhões de reais), com uma notável taxa de crescimento de 22,4%. Essa perspectiva se justifica ao se considerar a agilidade e a eficiência proporcionadas pelos drones, que têm revolucionado a produtividade nas lavouras em todo o mundo.
No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), responsável pela regulamentação dessa atividade, estima que os números devem crescer acompanhando a evolução do mercado. Hoje, há cerca de 2,5 mil drones agrícolas cadastrados no Sisant (Sistema de Aeronaves Não Tripuladas), sendo que até 2028 deve-se atingir a incrível marca de 90 mil desses veículos.
E foi nesse cenário promissor que se desenvolveu a família de drones Agrobee, projeto comandado pelos engenheiros aeronáutico e eletrônico do ITA, Alberto Carlos Pereira Filho e Luis Namura. Além do Agrobee 200, estão em desenvolvimento mais dois modelos: O Agrobee 500 e o Agrobee 900 que terão, respectivamente, capacidade para 500 e 900 litros de calda. Os drones atendem culturas agrícolas como soja, milho, algodão e arroz, culturas florestais, como eucalipto e pinus, e ainda as culturas ornamentais.
“Nossa ideia é atender propriedades agrícolas de todos os portes, por isso desenvolvemos um aparelho acessível e sustentável. Outro benefício é que ele é flex, podendo operar com biodiesel, gasolina ou etanol, que alimentam também a bateria. Sua produtividade também é incontestável, já que o Agrobee 200, por exemplo, percorre até 380 hectares, com uma velocidade de até 120 km, funciona 24 horas por dia e necessita de apenas 5 minutos para reabastecer”, explica Luis Namura.
Alberto Carlos Pereira Filho destaca outras facilidades operacionais do aparelho: “Um grande diferencial do Agrobee é que as peças são removidas individualmente, favorecendo a manutenção, e por ser um produto 100% manufaturado no Brasil o suporte aos clientes será contínuo. É um equipamento robusto e híbrido, com 8 motores que funcionam por propulsão, e, caso haja alguma falha consegue fazer o pouso com segurança. O microturbo de propulsão alimenta os geradores e os motores elétricos funcionam com contrarotatividade, proporcionando velocidade baixa na saída para não agredir as plantações”, pontua o engenheiro.
Todo voo é realizado de forma autônoma e necessita apenas da pré-programação do plano antes de cada missão. Essa tarefa é desempenhada pelo técnico após um treinamento, e consiste em mapear a área que será sobrevoada durante a aplicação do produto. Uma vez feito isso, a rota é transferida para o Agrobee por meio de uma comunicação sem fio e o equipamento estará pronto para o voo.
Outras informações sobre o drone podem ser obtidas no site oficial.
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