PotencializEE e Finep firmam parceria para oferecer financiamento com condições diferenciadas para projetos de eficiência energética de PMEs industriais
O processo de análise será mais ágil para viabilizar investimentos que gerem economia no consumo de energia e que reduzem as emissões de gases de efeito estufa
Celeridade no financiamento e taxa baixa de juros, essa é a base da linha de crédito que já está disponível às pequenas e médias (PMEs) indústrias que façam parte do PotencializEE, programa que promove a eficiência energética no segmento industrial, atualmente em implementação no Estado de São Paulo. O programa fechou parceria com a Finep, (maior agência federal de fomento para projetos de CT&I, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), para que essas empresas tenham acesso automático e simplificado ao Finep Inovacred, linha de financiamento com taxa de juros atrelada à taxa referencial (TR) e que gira em torno de 7% ao ano – abaixo da Taxa SELIC e menos da metade das taxas de linhas próprias de bancos comerciais, que estão acima de 20% ao ano. Além disso, a linha prevê um prazo total de carência de até 2 anos e prazo de pagamento de até 8 anos para amortização do principal. Este procedimento simplificado estará disponível para as empresas participantes do programa PotencializEE e o financiamento será realizado apenas pelos agentes financeiros credenciados pela Finep.
Antes dessa parceria, para ter acesso ao Finep Inovacred, as empresas estavam sujeitas à avaliação do mérito da inovação, o que agora será feito previamente pelo SENAI. “Só o fato de as empresas serem enquadradas automaticamente nessa linha da Finep, que possui condições muito atrativas, é uma grande vantagem para esse perfil de empresas, que encontram dificuldades em acessar o crédito”, pondera Luiz Lubi, da agência de cooperação alemã GIZ, coordenador do PotencializEE. Lubi ressalta que a linha estará disponível aos projetos chancelados pelo SENAI do ponto de vista técnico. O SENAI é parceiro do programa e responsável pela realização dos diagnósticos energéticos que incluem a análise de viabilidade técnica e financeira dos projetos de eficiência energética das PMEs industriais. Caso tenha interesse em participar do PotencializEE e ter acesso ao Finep Inovacred para financiamento do projeto de eficiência energética, a empresa precisará se inscrever no site do programa.
“Na Finep, sempre priorizamos a inovação nas empresas. Com o programa PotencializEE, nosso objetivo é apoiar a indústria também em busca da tão necessária eficiência energética. Além disso, estamos inaugurando um novo processo para o Inovacred, que é mais ágil para as empresas e mais simples para os agentes financeiros. Com este novo processo, o agente financeiro não precisa avaliar o mérito da inovação, pois ela já foi previamente qualificada pelo programa. Esse é mais um avanço na forma como apoiamos a inovação nas empresas”, assinala Newton Hamatsu, superintendente de Inovação da Finep.
A implementação de um investimento em eficiência energética numa indústria e a eliminação do desperdício em energia térmica, ambas abordagens fundamentais do programa PotencializEE, impulsionam a inovação de processos industriais, principalmente aqueles ligados à produção de calor e frio destas empresas atendidas.
Parâmetros da nova linha de financiamento
Porte I – Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (EPP): Receita Operacional Bruta no último ano de até R$ 4,8 milhões;
Porte II – Pequena Empresa: Receita Operacional Bruta no último ano superior a R$ 4,8 milhões e igual ou inferior a R$ 16,0 milhões;
Porte III – Média Empresa I: Receita Operacional Bruta no último ano superior a R$ 16,0 milhões e igual ou inferior a R$ 90,0 milhões;
Porte IV – Média Empresa II: Receita Operacional Bruta no último ano superior a R$ 90,0 milhões e igual ou inferior a R$ 300,0 milhões;
Porte V – Grande Empresa: Receita Operacional Bruta no último ano superior a R$ 300,0 milhões.
Eficiência energética e competitividade industrial
É importante lembrar que a indústria brasileira responde por 32% do consumo final de energia do país. Segundo uma pesquisa recente da CNI, a idade média das instalações industriais brasileiras é de 14 anos. Por ano, estas máquinas e equipamentos gastam cerca de R$ 90 bilhões com eletricidade e combustíveis. A adoção de medidas de eficiência energética é a recomendação mais adequada para reduzir custos com energia e uma das opções mais acessíveis para diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE). No entanto, por falta de conhecimento, as empresas muitas vezes deixam de considerar essa possibilidade, perdendo a oportunidade de usufruir de benefícios como o aumento de competitividade e produtividade.
Inclusão de pequenas e médias indústrias
Além de propor políticas públicas para ampliar a escala da eficiência energética em nível nacional, o programa PotencializEE oferece apoio técnico e financeiro para envolver as PMEs no movimento de descarbonização por meio da eficiência energética. Isso inclui subsídios para a realização de diagnósticos energéticos e financiamentos facilitados para a implementação dos projetos.
“O envolvimento de PMEs no processo de descarbonização da economia é essencial para alcançar as metas climáticas brasileiras. Para se ter uma ideia, mais de 90% das emissões de gases de efeito estufa de uma grande empresa estão concentradas em sua cadeia de valor, composta principalmente por pequenas e médias empresas. Incentivar a eficiência energética em indústrias de menor porte melhora a competitividade reduzindo custos e também melhorando seus indicadores de sustentabilidade”, conclui Marco Schiewe, diretor do PotencializEE pelo lado da GIZ.
Como funciona o Programa PotencializEE
Em linhas gerais, o programa acontece em 6 etapas:
Inscrição via internet: Podem se inscrever no PotencializEE indústrias de qualquer setor, desde que possuam faturamento de até R$300 milhões por ano, tenham até 499 colaboradores e estejam situadas no estado de São Paulo;
Pré-diagnóstico gratuito: Profissionais do SENAI fazem uma visita na indústria para conhecer seus processos produtivos, os combustíveis utilizados e identificar as primeiras oportunidades de economia de energia.
Diagnóstico e elaboração do projeto: Nessa etapa, que é realizada em um prazo médio de 4 meses, o SENAI faz um levantamento detalhado de todas as ações de eficiência energética necessárias para redução do consumo de energia e de emissões de gases do efeito estufa. Em seguida, elabora um projeto de implementação. O PotencializEE subsidia 60% do custo total do diagnóstico e da elaboração do projeto.
Acesso a investimentos e linhas de crédito: Nesse momento, o PotencializEE oferece apoio técnico para o empresário acessar financiamentos e linhas de crédito com exigências de garantia reduzidas por meio de Fundos Garantidores.
Implementação do Projeto: Por fim, o PotencializEE oferece suporte técnico para contratação e compra de tecnologias, para instalações e substituição de equipamentos, logística reversa para destinação ambientalmente adequada dos maquinários substituídos e realização do relatório de M&V (medição e verificação da economia de energia).
Foto: PotencializEE
Deixe um comentário