V Congresso INVOZ de Educação Debateu a Necessidade do Ensino com Qualidade e o Emprego de Tecnologia no Aprendizado

1º Dia

Com o tema “Sonhar e Realizar”, o V Congresso INVOZ de Educação aconteceu nos dias 24 e 25 de maio, no Centro de Formação do Educador – CEFE em São José dos Campos, e reuniu autoridades municipais e militares, gestores, educadores, alunos e pessoas interessadas em educação aliada à tecnologia.

Todos os debates levaram a uma conclusão em comum: é preciso cada vez mais ter uma formação continuada para professores, e a educação de qualidade deve estar acompanhada de tecnologia, tanto como facilitadora dos processos de ensino, quanto para inspirar alunos e consequentemente carreiras. Nos dois dias de congresso foi possível conhecer projetos e pessoas que ousaram sonhar e que realizaram em prol da educação.

No primeiro dia, logo na abertura foi realizada uma homenagem: a entrega do Troféu INVOZ Personalidade Aeroespacial 2024 para Fernando de Mendonça, um dos pioneiros no desenvolvimento da pesquisa aeroespacial, com uma carreira premiadíssima. Ele foi fundador do INPE e fez parte da Força Aérea Brasileira.

No palco para a entrega do troféu estavam autoridades e o estudante de sete anos Vicente Fernandes Calixto, do Colégio Pindorama. Ele leu a trajetória de Mendonça em formato de redação. Após a entrega do Troféu INVOZ, Fernando de Mendonça, em seu discurso de agradecimento, falou sobre a educação.

“Sem educação esse país não pode progredir, e é com orgulho que represento aqui a Aeronáutica. O Brasil precisa ter sonhadores e idealizadores. Muito obrigado por esta honraria”, declarou Mendonça.

As palestras do primeiro dia começaram com o jornalista e diretor cultural do INVOZ, Rui Gonçalves, e Edna Borges, da Manaka Educação. Eles ministraram palestra a respeito do desenvolvimento de competências socioemocionais no aprendizado. Ressaltaram a importância de os professores fazerem os estudantes acreditarem nos seus potenciais, de incentivar a mentalidade investigativa e criativa, de dar asas à imaginação. Como Ozires Silva, fundador da Embraer, que partiu em busca da realização de seu sonho de construir um avião. Já que outro brasileiro, Santos-Dumont, havia inventado o avião e o havia inspirado.

Na sequência, o gari e escritor do livro Comportamento que te salva, Valdecir Boareto, do Rio de Janeiro, marcou presença no palco para falar de sonhos e de sua trajetória. Boareto complementou a primeira palestra como outro exemplo: para ele, além de sonhar, a pessoa deve aproveitar as oportunidades de aprendizagem, inclusive da vida.

“O ser humano é o maior patrimônio nesta vida. Tudo está na cabeça, para chegar a algum lugar, tem que sonhar acordado, ter planejamento de vida e aproveitar todas as oportunidades”, enfatizou.

Na parte da tarde o foco foi voltado para a valorização do professor, na melhoria da infraestrutura escolar e no emprego da tecnologia no ensino.

Com o tema “Gestão da Rede Pública de Ensino”, em sua fala o Dr. Richard Lucht, CEO da EduSpace – Inteligência Educacional e professor do ITA, destacou que gestão e governança, para darem certo, devem ter iniciativas diferentes, criar novos horizontes, como colocar nas redes de ensino a informatização com uma arquitetura conceitual de soluções envolvendo todos os agentes (gestores, professores, pais de alunos e alunos) para se verem, se falarem e interagirem.

“A tecnologia é ferramenta, não precisa ser complexa. Se a escola tiver alguns computadores e celulares que tragam a participação da família para a escola, isto já é uma interação, uma aproximação entre escola e família. Precisamos levar a mensagem de que não vai haver futuro sem educação, e que a participação dos pais também é importante dentro da gestão”, explicou Lucht.

A outra palestra foi ministrada por Ewerton Fulini, vice-presidente do Instituto Ayrton Senna, que trouxe o tema “Diagnóstico da Educação Básica no Brasil”. Ewerton ressaltou que a diferença social somente pode ser combatida com educação com qualidade.

“A educação com qualidade é raiz de influência para tudo. A educação melhora a igualdade, a inovação, a saúde e o meio ambiente. Tudo passa pela educação. Hoje temos escola para todos, o grande problema é a qualidade desta educação. Sem qualidade se compromete toda a produtividade dentro da rede de ensino”, pontuou Fulini.

 Vencedores do Desafio INVOZ e Troféu Ozires Silva

O primeiro dia foi finalizado com duas novidades. Primeiro, a entrega de medalhas para alunos que participaram do Desafio INVOZ, com envio de vídeos sobre personalidades que fizeram diferença para a cultura e educação. A seguir, houve a entrega do Troféu Ozires Silva para professores e escolas que realizaram projetos pedagógicos em 2023, os quais fizeram diferença para o aprendizado. Participaram escolas e alunos de todo o país, como do interior do Estado de São Paulo, do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais, do Amazonas e do Ceará. A premiação foi realizada pelos bisnetos de Ozires Silva, Pedro Henrique Pinheiro Royo, de 8 anos, e Guilherme Pinheiro Royo, de 12 anos.

O troféu Ozires Silva foi feito por alunos do Curso de Usinagem do Senai, curso este idealizado pelo INVOZ. Trata-se de uma réplica do avião Tucano, aeronave fabricada pela Embraer.

Confira os vencedores do Desafio INVOZ e do Troféu Ozires Silva no site: invoz.org

 2º Dia

O segundo dia foi marcado com bons exemplos de desenvolvimento de competências dentro da escola.

Thiago Pavan, coordenador de Itinerários Formativos e Olimpíadas Científicas do Poliedro Colégio SJC, abordou “Como Desenvolver Competências e Habilidades para o Mundo Acadêmico e Corporativo?”. Pavan explicou como o aluno pode ser protagonista no aprendizado, e que no Poliedro, além da programação básica geral, o aluno é estimulado por outras áreas, como empreendedorismo, saúde e bem-estar, robótica, ciências e programação. Outro exemplo para desenvolver competências é a participação em Olimpíadas.

Para demonstrar na prática o resultado disto, o aluno Renzo Honorato, de 17 anos, vencedor de várias Olimpíadas nacionais e internacionais, participou da palestra de Pavan e falou acerca do seu autoconhecimento como aluno e sobre o senso de pertencimento com as descobertas das habilidades.

“A questão mais importante é desenvolver um plano com a realidade do aprendizado que faça sentido com aquilo pelo qual você é apaixonado, podendo ter opção de escolhas”, disse Renzo.

Dando sequência sobre o mundo maker e das ciências, desta vez em escolas municipais, quem falou sobre o assunto foi a Secretária de Educação de São Bernardo do Campos, Silvia Donini, na palestra “Inspirando Projetos de Vida”. Ela defende a importância das olimpíadas científicas e tecnológicas nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

“Para desenvolver as olimpíadas com os pequenos, temos que fazer uma formação continuada com professores dentro das unidades escolares, para que eles estimulem os alunos. O letramento científico é capaz de promover o desenvolvimento, a fim de que estas crianças possam ser protagonistas de suas escolhas, suas carreiras”, declarou Silvia.

Em São Bernardo do Campo, 18 mil estudantes da rede municipal, do 4º ao 5º anos, participaram em 2024 do Circuito STEAM.

Dentro do assunto, foi realizado um painel com o Secretário de Educação de São José dos Campos, Jhonis Santos, e com Wisley Pereira, Gerente de Educação da Rede SESI Nacional. Ambos falaram da experiência de usar a tecnologia no ensino público.

“Implantamos a Educação 5.0, para levar o aluno a ser protagonista da sua história. Estamos alinhando uma política educacional com o perfil da cidade, que é tecnológica. A inovação, a metodologia STEAM têm que estar presentes e ser uma atividade prazerosa”, falou Jhonis Santos.

“Escolas do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Rede SESI contam no currículo com a Robótica. São 350 mil alunos, em 457 escolas em 253 municípios, pertencentes a 27 departamentos regionais” relatou Pereira.

Na parte da tarde, com o tema “Competições Científicas e STEAM”, a palestra do Professor Dr. Arnaldo Clemente, gerente de Projetos e Produtos da Opencad MathWorks, abordou a influência STEAM na escolha das carreiras dos adolescentes.

“As competições atraem meninos e meninas, o percentual é quase meio a meio. As competições fazem estes estudantes aumentarem o desempenho escolar, ajudam na redução da evasão escolar, fazem ter interesse por um novo idioma, geralmente o inglês. E acabam com o dilema da escolha profissional, definindo se querem indústria ou comércio, se seguem a vida acadêmica ou se tornam empreendedores”, comentou Arnaldo, de acordo com uma pesquisa desenvolvida por ele.

Participaram da discussão deste tema Nilton Sérgio Joaquim, presidente do Torneio Brasil de Robótica, e Nuricel Villalonga, do Instituto Alpha Lumen.

“Quando promovemos o Torneio Brasil de Robótica, estamos buscando equidade e universalizar o acesso de todos para estas competições”, explicou Nilton.

“O Instituto Alpha Lumen desenvolve projetos para escolas públicas, queremos dar oportunidade para que o jovem tenha o sentimento de pertencimento a este universo das olimpíadas científicas, para que se inspire e use a experiência para o crescimento de aprendizagem”, concluiu Nuricel.