AO VIVO Assista ao vivo a tv Aqui Vale!
Início » Marcha da Maconha desafia proibição e deve acontecer neste sábado (7), confira entrevista exclusiva com os organizadores

Marcha da Maconha desafia proibição e deve acontecer neste sábado (7), confira entrevista exclusiva com os organizadores

A Marcha da Maconha está prevista para acontecer neste sábado (7) mesmo após a aprovação do projeto de lei que proíbe a manifestação. Para entender…

Por Portal Aqui Vale

A Marcha da Maconha está prevista para acontecer neste sábado (7) mesmo após a aprovação do projeto de lei que proíbe a manifestação.

Para entender o movimento, o Aqui Vale entrevistou os organizadores da marcha, confira a entrevista exclusiva:

Aqui Vale: Qual o objetivo da Marcha da Maconha?

Organizadores: O objetivo da MMSJC23 é defender o acesso da cannabis no SUS (Sistema Único de Saúde) e pelo direito de cultivar essa planta.

A pauta canábica implica um conjunto de ações responsáveis, como o acolhimento de usuários dependentes, de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, de consciência ambiental, social, cultural e política. Entendemos a sociedade em sua complexidade e acreditamos que podemos diminuir a violência com a descriminalização, legalização e regulamentação das drogas.

No momento essa é a pauta principal da Articulação Nacional de Marchas da Maconha, coletivo do qual nosso movimento faz parte e que é, essencialmente, antiproibicionista.

Entendemos que o proibicionismo alimenta a guerra às drogas, a violência contra negros e pobres, produz encarceramentos em massa e dificulta o acesso de pacientes que podem encontrar alívio de sintomas e até cura em medicamentos extraídos da cannabis.

Aqui Vale: A Marcha tem um tema? Qual é?

Organizadores: DESCRIMINALIZA O POBRE; PLANTA LEGAL, NO SUS E NO QUINTAL – que contempla, amplamente, nossos anseios.

Aqui Vale: São esperadas quantas pessoas?

Organizadores: Não há como prever o número de manifestantes, mas estamos confiantes num público representativo de pacientes, mães de autistas, jovens das periferias da cidade, que estão sendo mobilizados pelos movimentos sociais, culturais e políticos que apoiam nossa pauta.

Aqui Vale: A organização da marcha foi feita por quem? Vocês têm algum especialista no grupo?

Organizadores: A Marcha da Maconha é um movimento autônomo e horizontalizado, formado por militantes e ativistas, pacientes e, acima de tudo, pessoas que entendem que a chamada guerra às drogas é um desperdício de dinheiro público, que poderia ser investido em saúde e educação. Uma política já superada em muitos países, que apenas justifica a necessidade de segurança de camadas mais altas da sociedade.

Trata-se de um coletivo plural, diverso e corajoso, que atua voluntariamente nesta e muitas outras causas sociais.

Além disso, estamos amparados por advogados e juristas, empenhados em garantir a legalidade da Marcha da Maconha, especialmente após as declarações do chefe do executivo local de que irá proibir a sua realização.

Neste sentido, entendemos como importante a presença da imprensa ao ato, como instituição garantidora do processo democrático.

Aqui Vale: Como vocês lidaram com a resposta do Prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias?

Organizadores: A resposta do prefeito ao ofício de comunicação sobre a realização da Marcha da Maconha de 2023 é inconstitucional, atende interesses de parte do eleitorado e não passa de tentativa de inibir o movimento.
Infelizmente, Anderson Farias fecha os olhos para uma causa relevante à saúde pública, que precisa ser enfrentada de frente, pois a sociedade brasileira já sofreu demais com o proibicionismo. É preciso revisar as leis, a fim de criar políticas de redução de danos, educar corretamente os jovens, diminuir o estigma dos usuários, dependentes ou não e avançar na pauta antirracista.

O direito de manifestação está previsto na Constituição Federal de 1988, sendo que agimos dentro dos protocolos legais ao informar o poder público do ato, a fim de garantir a nossa segurança, como é dever do Estado. Nós cumprimos o dever constitucional do prévio aviso, como demanda o inciso XVI, artigo 5°, bem como tal direito foi já ratificado em 2011 com os julgamentos da ADPF 187 e ADI 4274.

Sendo assim, a Marcha da Maconha é um movimento legítimo, amparado por pautas antiproibicionistas, que defendemos com orgulho e convicção. Estão todos convidados a se unir a nós e marchar pelo fim do proibicionismo, pela reparação histórica e social e pelo amplo acesso da população aos benefícios da canabis.

Queremos realizar um ato seguro e pacífico. Alegre e colorido, ainda que a realidade das periferias não tenha essa mesma dimensão. E para isso esperamos que o poder público se limite ao seu dever de nos dar segurança e proteção.

Aqui tem as melhores notícias da RMVale em primeira mão
Entre no nosso grupo de WhatsApp:
 https://chat.whatsapp.com/DBF3WGdp31U5tHzQdSBf2z

Portal Aqui Vale

Noticias de São José dos Campos e região.

Deixe um comentário

Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *