Homem espancado foi primeiro caso registrado oficialmente como homofobia, em São José dos Campos

Wanderlan Lucas Babarossa, de 31 anos, drag queen, estava saindo de uma casa noturna na madrugada do dia 12 de abril de 2023, quando ele e outro amigo foram surpreendidos por dois rapazes que os abordaram violentamente.

Os agressores fugiram com o celular da vítima, que teve fraturas nos ossos da face e perda de alguns dentes.

O caso foi registrado inicialmente como crime de roubo, porém na sexta-feira do dia 17 abril, A Polícia Civil incluiu no boletim de ocorrência o crime de homofobia, primeiro caso registrado oficialmente em São José dos Campos.

No dia 24 de abril, o autor do crime foi reconhecido pela vítima na Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo a Polícia Civil, o suspeito é Marcelo de Paula Barbosa, morador em situação de rua e usuário de droga.

Em entrevista ao Portal Aqui Vale, Wanderlan Lucas, que também é conhecido pelo nome artístico Makra Beetch, contou que se sentiu muito triste por ter que passar por uma situação dessas, “você acaba apanhando, se machucando por uma coisa que não tem culpa. Mas as todas as pessoas que já passaram por isso (homofobia) a mensagem que eu deixo é que não se calem. Façam como eu fiz, que denunciem a homofobia como crime, e que as pessoas que praticarem serão responsabilizadas por isso”.

Desde 2019, no Brasil, a homofobia é crime imprescritível e inafiançável. Se aplicando na lei do Racismo (Lei n° 7.716/1989). No artigo 20 da lei em questão prevê pena de um a três anos de reclusão e multa, e possibilidade de enquadrar uma ofensa homofóbica como injúria, segundo o artigo 140, §3º do Código Penal.