56 anos de Embraer: o que a gigante de SJC prevê para o futuro? Entenda os próximos anos
A fabricante brasileira aposta em aeronaves menores, frotas flexíveis e veículos elétricos urbanos para atender ao crescimento da aviação e à mobilidade das cidades
Hoje (19), a Embraer completa 56 anos. A empresa, com sede em São José dos Campos, se consolidou como referência mundial em aviação comercial, executiva e urbana, e agora mira o futuro da aviação. Em 2024, a fabricante registrou receita líquida de R$ 35,4 bilhões e segue como a terceira maior produtora de jatos comerciais do mundo, atrás apenas da Airbus e da Boeing.
Aviões menores e frotas flexíveis
Nos próximos anos, o mercado deve ter uma demanda crescente por aviões menores, com até 150 assentos, capazes de atender cidades médias e grandes centros de forma eficiente. Boa notícia para a Embraer, que hoje lidera o segmento de aeronaves de até 130 assentos com a família E-Jets.
Para acompanhar essa tendência, a empresa aposta em frotas mistas, combinando aeronaves de diferentes tamanhos. Essa flexibilidade permite que companhias aéreas otimizem custos, ajustem a capacidade à demanda de cada rota e conectem regiões que antes eram pouco atendidas, uma estratégia que já atrai clientes em mercados como Estados Unidos e Europa.
Carros voadores e mobilidade urbana
Além das rotas tradicionais, a empresa investe em mobilidade aérea urbana. Por meio da Eve Air Mobility, a Embraer desenvolve os eVTOLs, conhecidos como “carros voadores”. Eles são projetados para transportar pessoas rapidamente dentro das cidades, de forma silenciosa e sem poluição.
Os eVTOLs têm potencial para reduzir congestionamentos, encurtar deslocamentos e criar novas rotas de transporte urbano. A expectativa é que os primeiros voos comerciais ocorram já na segunda metade desta década. Esses veículos podem ser integrados a hubs de transporte, aeroportos regionais e serviços de mobilidade compartilhada, oferecendo uma alternativa prática para o dia a dia das metrópoles.
Sustentabilidade e tecnologia
A sustentabilidade é uma prioridade estratégica enquanto a companhia se prepara para o futuro. O setor aéreo é responsável por cerca de 2% das emissões globais de CO₂, e reduzir esse impacto é um dos maiores desafios para atingir as metas climáticas até 2050.
Nesse contexto, a Embraer aposta em aeronaves híbridas e elétricas, que têm o potencial de cortar drasticamente as emissões. A empresa já trabalha em protótipos de aviões com propulsão elétrica ou híbrida, buscando manter desempenho e segurança, mas com menor dependência de combustíveis fósseis. O objetivo é avançar gradualmente para uma aviação neutra em carbono, alinhada às exigências internacionais de descarbonização.
Decolando para a reinvenção
Com 56 anos de trajetória, a Embraer mostra que sabe transformar desafios em oportunidades. No segundo trimestre de 2025, a fabricante registrou lucro líquido de R$ 312,5 milhões, mesmo em meio à pressão de tarifas impostas pelos Estados Unidos. A exclusão da empresa do tarifaço de 50% anunciado em julho trouxe alívio imediato, embora a Embraer ainda atue sob uma alíquota de 10% e pressione por condições mais competitivas no mercado internacional.
Enquanto negocia no presente, a companhia mantém o olhar no futuro: frotas mais eficientes, novos modelos de mobilidade aérea e, sobretudo, a meta de liderar a transição global para uma aviação sustentável até 2050. Um caminho que reafirma a posição da Embraer não apenas como orgulho nacional, mas como protagonista mundial da aviação.
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