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23 de maio – MMDCA

23 de maio, nome dado à principal avenida do bairro da Vila Maria na nossa São José dos Campos, é uma homenagem ao triste dia…

Por Edu Santos

23 de maio, nome dado à principal avenida do bairro da Vila Maria na nossa São José dos Campos, é uma homenagem ao triste dia de 23 de maio de 1932, quando durante uma manifestação estudantil contra o governo de Getúlio Vargas, estudantes foram mortos em São Paulo.
A revolução de 32 começou em 9 de julho e terminou em 2 de outubro de 1932.
Os restos mortais dos estudantes foram sepultados no Monumento do Obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, mas existe uma sepultura no Cemitério Central da cidade, servindo apenas como uma homenagem à Euclides Miragaia, um estudante joseense que perdeu sua vida lutando pelos ideais dos paulistas.

As iniciais dos nomes dos cinco estudantes – MMDCA- passaram a ser o símbolo da luta de São Paulo por uma Constituição. O movimento que teve início com a morte dos quatro estudantes eclodiu finalmente no dia 9 de julho, numa rebelião armada que passou para a História com o nome de Revolução Constitucionalista de 32

23 de maio de 1932 jamais poderá ser apagada do calendário cívico do estado de São Paulo, servindo como exemplo de patriotismo às gerações futuras, o ideal de cinco jovens que perderam suas vidas em prol da Constituição de seu País. Foram eles, Euclides Bueno Miragaia, Mário Martins de Almeida, Dráusio Marcondes de Souza, Antônio Américo Camargo de Andrade e Orlando Alvarenga. Com as iniciais de seus nomes é composta a sigla MMDCA (Miragaia, Martins, Dráusio, Camargo e Alvarenga). Depois da morte destes cinco paulistas, São Paulo se prepara para a luta armada por uma nova Constituição, promessa não cumprida por Getúlio Vargas quando assumiu o governo em 1930. Assim, em 9 de julho de 1932, São Paulo abandona os discursos para ir definitivamente às armas, estourando a revolução.
São Paulo, que em 1932 enfrentou isolado esses quase noventa dias de luta contra as forças getulistas, insuflou sua gente a uma arrecadação de fundos para sustento da Revolução. Foi a inesquecível campanha de “Ouro para o bem de São Paulo”
Muitos doaram suas alianças de casamento, por não ter nenhuma outra peça de ouro para dar. Outros, mais ricos, chegavam a abrir mão de joias de grande valor, às vezes cravejadas de pedras preciosas. Os que aderiam à campanha recebiam um certificado com a inscrição “Doei ouro para o bem de São Paulo” ou um anel de metal com esta frase gravada.
Mas o Movimento de 1932 teve seu findar antes da aplicação da maior parte dos recursos arrecadados. E para que o governo central não empalmasse os valores já apurados, o comando das forças paulistas doou os fundos à benemérita Santa Casa de Misericórdia, que com eles construiu – para perpétua memória do fato – um prédio retratando a bandeira paulista, chantado no Largo da Misericórdia, no coração de São Paulo
O edifício registra um dos maiores símbolos da guerra dos paulistas: a Bandeira de São Paulo. O prédio tem 13 andares representando as 13 listras da bandeira paulista. O mastro, representando as alianças doadas, foi decorado com um capacete constitucionalista.
O edifício recebeu o nome de “Ouro para o bem de São Paulo.”

Foto: Divulgação

Euclides Bueno Miragaia , nasceu em São José dos Campos, 21 de abril de 1911, faleceu em  São Paulo, em 23 de maio de 1932, aos 21 anos.
Miragaia foi um dos cinco manifestantes paulistas mortos no conflito de 23 de maio de 1932. Esse evento, entre outras razões, motivou a Revolução Constitucionalista de 1932 contra o governo provisório de Getúlio Vargas. O seu sobrenome integra a letra “M” na sigla do movimento MMDCA.
Euclides Bueno Miragaia, filho de José Miragaia e Emília Bueno Miragaia, estudou na Escola de Comércio Carlos de Carvalho e na época trabalhava como auxiliar no Cartório de seu tio, na capital paulista.

Foto: Divulgação

Em 1955, os seus restos mortais foram trasladados Monumento e Mausoléu ao Soldado Constitucionalista de 1932, no Parque do Ibirapuera, construído em homenagem a Revolução Constitucionalista, aos mártires da Revolução e aos soldados constitucionalistas. O seu túmulo, no cemitério central de São José, ainda é preservado e ostenta o desenho da bandeira de São Paulo.

Após a tragédia que marcou suas vidas, os seus país, José Miragaia e Emília Bueno Miragaia, mudaram-se para Birigui onde um dos irmãos de Euclides, Joaquim Miragaia chegou a jogar no conhecido time Bandeirante de Birigui, do qual posteriormente se tornou diretor. Sua prima Vicentina Miragaia Mendes (a Jaú) foi jogadora da seleção feminina de basquetebol de 1951.

Edu Santos

Conhecido por manter as tradições joseenses, Edu faz questão de trazer ao presente a história de São José dos Campos. Através das memórias o colunista resgata a essência da cidade e aponta como os velhos tempos contribuíram para o crescimento e cultura local.

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